segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Espanha processa 442 controladores aéreos

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O governo declarou que os aeroporto s voltaram a funcionar, mas pedia que viajantes verificassem com as companhias
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6/12/2010
Greve paralisou o tráfego aéreo do país na véspera de um feriado e prejudicou 650 mil passageiros
Madri.
A Aena, autoridade aeroportuária espanhola, abriu processos administrativos contra 442 controladores de voo por conta da greve que interrompeu os serviços no país e prejudicou 650 mil passageiros.

A procuradoria de Madri também abriu uma investigação por delito de perturbação da ordem pública, punível com penas de até oito anos.

Os investigados representam 20% dos controladores. Durante a greve, que começou na última sexta-feira e durou até a tarde de sábado, os militares assumiram o controle dos aeroportos espanhóis. Um conselho ministerial decretou estado de alerta, obrigando os profissionais a retomar seus postos.

Ontem, 263 dos 273 controladores que deveriam trabalhar se apresentaram. Segundo a Aena, até as 19h de ontem (horário local), 2.470 voos haviam sido realizados e 203 cancelados. Estavam previstos 4.060 voos no total no domingo. Apesar de declarar que os aeroportos espanhóis funcionavam normalmente, a Aena sugeria que os viajantes verificassem com as companhias antes de ir aos terminais.

Até a noite de ontem, as companhias Iberia e TAM confirmavam todos os voos previstos para sair ou chegar a São Paulo.

Os controladores ficarão submetidos durante 15 dias à autoridade do Exército espanhol. "Vamos aplicar a lei com firmeza e determinação", advertiu o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba.

O caso
O movimento dos controladores aéreos aconteceu depois do governo espanhol aprovar, na manhã de sexta-feira, a privatização parcial da gestão dos aeroportos. Essa decisão, segundo os controladores, o obrigavam a trabalhar mais horas, o que supõe uma situação insustentável. "Vivemos denunciado há meses que estamos chegando a nosso máximo de horas, o e que isso ia acontecer no mês de dezembro", afirmou o porta-voz do sindicato dos controladores, Daniel Zamit.

Segundo cifras do ministério dos Transportes, dos 2.300 controladores aéreos ativos na Espanha, 135 recebem mais de 600 mil euros anuais e 713, entre os 360 mil e 540 mil euros, cifra bem maior que seus colegas europeus, devido a um sistema muito vantajoso.

Somente o setor de turismo pode ter perdido até 350 milhões de euros (cerca de R$ 792 milhões) com a paralisação do tráfego aéreo espanhol, de acordo com a imprensa.

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