segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Espanha descarta pedir ajuda financeira internacional

Ministra diz quer país ainda tem reservas; BC já havia negado pedir socorro financeiro
 
 
A ministra da Economia da Espanha, Elena Salgado, disse que o governo espanhol não pedirá ajuda financeira internacional, como fizeram Grécia e Irlanda, apesar das pressões dos investidores estrangeiros, preocupados com a capacidade de recuperação do país.
- Não, pois nenhum de nossos fundamentos o justifica. A Grécia sofreu um desequilíbrio importante em suas contas públicas não apenas em consequência da crise.
No que diz respeito à Irlanda, as "dificuldades correspondem aos bancos", completou Elena, em entrevista ao jornal francês Les Echos, publicada nesta segunda-feira (6).
A ministra espanhola disse que os fundos de reestruturação dos bancos espanhóis seriam amplamente suficientes para ajudar as instituições em caso de perdas importantes.
- A capacidade é de R$ 222 bilhões [99 bilhões de euros], dos quais apenas R$ 24,6 bilhões [11 bilhões de euros] foram mobilizados até agora. Levando em consideração o índice de empréstimo de 7%, é baixo o risco de que este dispositivo seja utilizado sem necessidade.
Depois da crise irlandesa e apesar das declarações tranquilizadoras do governo espanhol, os investidores ainda manifestam grandes dúvidas sobre a capacidade da Espanha de sanear suas finanças públicas e reativar sua economia.

No último dia 29, o economista-chefe do banco central espanhol, José Luis Malo de Molina, disse que o país não precisa de ajuda externa. Ele afirmou que o pacote de socorro à Irlanda - fechado um dia antes, no valor de R$ 192,66 bilhões (85 bilhões de euros) - deve ajudar a acalmar os mercados financeiros.

A crise financeira mundial que teve início nos Estados Unidos e atingiu o auge em setembro de 2008 agravou os problemas financeiros de alguns países da Europa como Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e Itália.
Com o objetivo de evitar um aumento das dívidas, os governos tomaram medidas que incluem elevação de impostos e corte de salários, o que gerou em alguns casos - principalmente na Grécia - insatisfação popular e protestos.
A Irlanda, também enfrentando problemas em seu orçamento devido à ajuda que o governo prestou aos bancos durante os momentos mais agudos da crise, no ano passado. Em troca da ajuda, o governo será obrigado a cortar gastos equivalentes a 10% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país), Se o país não cumprir os requisitos estipulados, o FMI (Fundo Monetário Internacional) terá o direito de intervir a cada trimestre, como faz no caso da Grécia, e exigir mudanças em leis e novas medidas fiscais.

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